Minhas bandas preferidas – e por que elas me inspiram

Publicado em: 08/07/2021

Minhas bandas preferidas – e por que elas me inspiram

O mundo pós-pandemia marca uma mudança na nossa relação com o trabalho e os negócios, que serão cada vez mais digitais. Fui buscar inspiração na música para explicar como isso acontecerá

Por Rodrigo Guerra*

Eu gosto de música pesada, de metal. Sou daqueles que acompanha de perto os músicos e vai a shows sempre que dá. Por isso, revelar a conexão que tenho com minhas bandas preferidas e refletir sobre sua relevância para a formação das minhas ideias foi legal demais. 

Música é a criatividade em sua essência, matéria-prima fundamental para a inovação. Com vocês, a minha seleção.

Ramones e o “faça você mesmo”

Sempre achei esses caras o máximo. Eles têm uma música rápida, simples e bem direta, sem encheção de linguiça: toda criação é feita com três acordes. Os Ramones são transgressores e seu punk-rock abriu meu interesse por um universo de música alternativa e crua, o agora famoso lema: “do it yourself”. Hoje, penso que esse conceito está muito conectado com as relações profissionais que teremos de agora em diante: em que o laptop será a sua representação máxima e o trabalho acontece onde você estiver, desde que esteja sempre ligado a sua criatividade. Se as tarefas rotineiras serão todas automatizadas por robôs, o “faça você mesmo” dos Ramones vai permitir às pessoas viverem sua individualidade sem estar “presas” a uma corporação e, ainda assim, realizando um trabalho bacana e que gere valor à sociedade. 

Sepultura e o sucesso para todos

Eu adoro heavy metal e essa é a banda que eu mais fui em show na vida. O Sepultura é da minha cidade natal, Belo Horizonte (MG), e, embora o Max e o Igor Cavalera sejam mais velhos do que eu, os caras já eram uma lenda local quando comecei a gostar de rock e ir aos shows. Depois, ganharam o mundo tocando para multidões e fazendo turnês. Essa banda fez muita gente acreditar que um estilo marginalizado, fora do convencional e que não toca na rádio ou é tema da novela também merece o sucesso. Quanto a mim,  pude observar de perto as várias fases e mudanças da banda e tenho uma relação pessoal muito forte com sua música até hoje. 

Rolling Stones e a longevidade

Sem dúvida essa é a minha banda preferida, por isso é até difícil escrever sobre o que eles representam para mim. Mas vou me arriscar. Se os antigos usavam mitos como Zeus ou Tupã, para explicar tudo aquilo que eles não entendiam, recorro ao “mito moderno” para falar sobre o que os Stones representam. Eles vivem a vida perfeita: são mais de 50 anos tocando para multidões, sem nunca ter uma fase fraca, sempre lançando músicas criativas e recebendo muitos prêmios. Na vida pessoal, todos cometeram excessos, mas ainda assim permanecem saudáveis e tocando muito com quase 80 anos de idade. São mitos legítimos. Mas são também um exemplo importante de algo que ainda não nos damos conta, a longevidade e as relações de trabalho. Se pensarmos que a expectativa de vida do brasileiro chegará em breve aos 90 anos, aos 60 ainda teremos ⅓ de vida pela frente, como bem me alertou o jornalista André Forastieri em suas redes sociais que eu sempre acompanho. E o que vamos fazer com esse tempo? O idoso foi – e ainda tem sido – marginalizado no mundo dos negócios porque o trabalho antes era muito braçal. Então, quando faltava energia, ele perdia seu valor. Mas hoje, com a robotização e a inteligência artificial realizando tarefas braçais ou repetitivas, isso mudou. Logo, a figura do “velho” deve ser ressignificada: afinal, ao juntar o trabalho criativo com as possibilidades do mundo digital e do home office, todos podemos continuar a fazer coisas legais por um período muito maior de tempo, e sendo valorizados por isso. Os Rolling Stones são o maior símbolo disso. 

*Rodrigo Guerra é especialista em finanças e inovação. Atualmente vivencia um profundo mergulho na jornada do autoconhecimento – que deve trazer novidades em breve

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