O futuro não nos engana – e ele é de quem inova

Publicado em: 06/05/2021

O futuro não nos engana – e ele é de quem inova

Se 2020 foi o ano que nos desafiou como nunca e nos levou a um caminho sem volta rumo à inovação, em 2021 estaremos preparados para qualquer desafio

Por Rodrigo Guerra* 

Sou um economista por formação, o que me levou a ocupar cargos associados a finanças durante a minha trajetória profissional. Mas, desde o início da carreira, sempre me interessei por temas ligados à tecnologia e inovação. Essa característica, reforçada pelo meu gosto pessoal pelo universo dos games, fez com que eu me envolvesse em muitos projetos e até mesmo acumulasse lideranças nessas áreas. São conhecimentos que podem parecer, à primeira vista, aparentemente antagônicos, mas que foram fundamentais para construir a jornada profissional que me trouxe até 2020.

Foi este o ano em que começou a pandemia da Covid-19, a pior crise sanitária do século. Foi um ano de tragédia, mas, ao mesmo tempo, de reinvenção e intensidade. A sensação é que vivi dez anos em um. Novas realidades se apresentaram. 

A principal delas: é fato que a pandemia impulsionou o digital. Afinal, muitas vezes essa foi a única opção das empresas de todos os setores para alcançar seus clientes isolados em casa pela quarentena. Mas isso você deve estar cansado de ouvir/ver/ler. Mesmo assim, eu me pergunto: será que a inovação, e a consequente transformação dos negócios que ela provoca, foi mesmo acelerada, ou muita gente só digitalizou tudo às pressas, sem pensar em estratégia? 

Tendo a achar que, em muitos casos, estamos diante da segunda opção. E é por conta dessa crença que faço um alerta: não é mais suficiente investir em laboratórios, hubs e aceleradores de fachada, do tipo só para dizer que tem. A inovação é para já, e por isso mesmo precisa estar na cultura das organizações, o que significa estar em todos os seus departamentos, produtos e atividades.

Essa inovação que permeia toda a empresa não exime projetos de apresentarem resultados concretos, nem nos faz esperar menos por casos de sucesso. Entregas precisam ser palpáveis, apresentando números que confiram credibilidade – quem diz, e com razão, é o meu lado financeiro. Mas, no fim, a grande missão é colocar esse tal de digital no dia a dia das empresas, deixando de lado discursos conceituais quase etéreos, metafísicos, e trazendo valor real para a vida das pessoas.

Nos últimos meses, tenho me concentrado em falar de inovação no setor da Saúde, mas o desafio é comum a todos os decisores do mundo dos negócios, em qualquer setor, que estão (ou deveriam estar) preocupados e agindo. Todos nós somos cobrados para apresentar projetos que transformem nossas organizações, e uma vez que não há como fazê-lo sem inovar, a questão é como, de forma prática, tirar a inovação dos laboratórios e levar até os clientes.

As respostas não estão prontas. Mas quero compartilhar o que sei e ouvir de vocês as experiências que tiveram. Acredito que só assim, por meio de conexões humanas, é que conseguiremos acelerar a inovação prática da forma como a urgência do contexto atual nos exige.

Em 2021 a torcida é para que a vacina traga o controle da pandemia, mas os avanços obtidos no período não devem retroceder. Será um ano de muitos projetos e mudanças para todos os setores. O que se construiu até aqui servirá de base para um uso mais intenso de dados, de inteligência artificial, de internet das coisas, entre muitas outras tecnologias. Mas também de pessoas criativas que saibam pensar diferente.

Também será um ano desafiador, inclusive do ponto de vista econômico. Por isso, é importante manter os pés no chão e aprender pelo exemplo daqueles que obtiveram sucesso em suas estratégias de transformação e inovação. Conceitos que parecem futuristas, na prática, se tornam mais tangíveis e atrativos.

Outra boa constatação é que, se superamos 2020, estaremos preparados para qualquer desafio vindouro e para construir um futuro cada vez melhor. Afinal, como bem disse o célebre escritor Machado de Assis, “o futuro sempre chega, e ele nunca se engana”. 

*Rodrigo Guerra é especialista em finanças e inovação. Atualmente vivencia um profundo mergulho na jornada do autoconhecimento – que deve trazer novidades em breve

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A inovação como responsabilidade social das lideranças

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