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Publicado em: 27/05/2022
Um delírio que vale a pena
Uma vida de práticas rurais me trouxe até a criação da Casa Botânica, onde planto, colho, cozinho, acolho e troco
Por Bia Goll*
Sou permacultora e ecocozinheira. Faço o que faz sentido pra mim e, nesse percurso, minha carreira foi se construindo.
Depois de uma infância no interior de Santa Catarina, com agricultores na família e muitas práticas rurais na vida diária, mudei pra uma megalópole e mantive o jeito rústico de lidar com situações naturais, com a terra, as estações e a temperatura.
Cheguei a pensar que todo mundo era assim, mas percebi que não. Atualmente, ser natural no planeta Terra já não é mais tão simples.
Então comecei a usar a gastronomia para me comunicar. E a acreditar que as megalópoles serão florestas um dia também, com plantas, animais, água, ar e terra limpos – e, claro, comida sendo produzida.
Parece um delírio, eu sei.
Mas desde 2010 eu vivo esse delírio, primeiro com o Otto Bistrot, agora com a Casa Botânica. Simplesmente observo o que é possível fazer no dia a dia para adotarmos práticas mais ecológicas. As mudanças são lentas; o momento de destruição que estamos vivendo dificulta a percepção, mas elas estão acontecendo sim.
Ser ecológico exige esforço. Para participar e ajudar na mudança, listo algumas atitudes básicas:
- Cozinhar a própria comida. Nos fizeram crer que dá trabalho, mas não é verdade. O afastamento da produção da comida nos deixou doentes em vários níveis. Resgatar esse saber é urgente, além de simples e gratificante: descubra ingredientes, selecione receitas e inicie essa relação. Sua vida vai mudar em vários sentidos.
- Evitar embalagens plásticas. Elas são um problemão e, quando cozinhamos, geramos menos lixo, porque compramos ingredientes frescos sem embalagem. Por isso, reafirmo: não compre descartáveis e não pegue sacolas plásticas.
- Comprar de pequenos produtores.
- Evitar pavimentar terrenos. É uma ótima forma de deixar a terra mais livre.
- Ter plantas em casa, principalmente as comestíveis. Opte por um paisagismo com jardins comestíveis.
- Começar a compostar seu lixo, tocar um instrumento, comer menos carne, dançar hula-hula. E a lista não tem fim.
E o trabalho, as contas pra pagar, as responsabilidades? Você vai dar conta de tudo isso também, só que melhor.
* Bia Goll gere a Casa Botânica, bem no coração de São Paulo, que a cada dia tenta ser mais ecológica e que hospeda quem quer partilhar desse estilo de vida
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